QUAIS RISCOS DE QUEDAS EM AMBIENTE EXTERNO?
A participação em atividades comunitárias também pode ser considerada fator de risco para quedas. Estudo mostrou que idosos que participam de alguma atividade, saem mais de casa, ficando, portanto, mais expostos às barreiras arquitetônicas como iluminação inadequada, superfícies escorregadias, degraus altos, ausência de corrimãos, calçadas inadequadas e vias públicas mal conservadas (PEREIRA, CEOLIM, NERI, 2013).
Li et al. avaliaram as características das quedas que ocorrem fora de casa e observaram que alto nível de atividade física de lazer é um preditor independente para quedas em ambientes externos, enquanto a presença de problemas de saúde e limitações físicas são preditores independentes para quedas dentro do domicílio.
Considerando os estudos discutidos anteriormente, o risco ambiental isolado parece não ser suficiente para causar uma queda, mas sim a interação entre as habilidades dos idosos e o grau de exposição ao fator de risco ambiental. Por isso, idosos com boa percepção de saúde e com histórico de quedas fora de casa são mais propensos a atribuir suas quedas a fatores ambientais, enquanto aqueles com percepção de saúde ruim e com dificuldades de movimento atribuem suas quedas às próprias limitações. É possível, então, que idosos com capacidade funcional preservada se exponham a ambientes de alta demanda, enquanto idosos frágeis sejam capazes de lidar apenas com ambientes de baixa demanda, o que explicaria parte das diferenças entre os idosos que caem dentro e fora de casa.
Pode-se afirmar que a rua também deve contar com acessibilidade adequada para que os idosos possam continuar suas atividades rotineiras e manter sua autonomia e independência com segurança. Em tempos onde o marco de políticas públicas para os idosos é o “Envelhecimento Ativo” que enfatiza que o idoso tenha, entre outras, participação social e atividade física, estratégias para melhorar o ambiente externo são necessárias.
A correção dos riscos ambientais, quando possível, possui resultados benéficos para os idosos em risco. A instalação de elementos, como barras de apoio e piso antiderrapante ajuda a corrigir esses riscos ambientais e favorece a movimentação do idoso em seu ambiente domiciliar.
O risco de cair aumenta quanto mais fatores de risco interagem entre si. Desta forma, caso se consiga eliminar um fator de risco, a probabilidade de cair também reduz.
REFERÊNCIAS:
AMGGES – Academia de Medicina Geriátrica e Gerontologia de Sobral. Resumo: fatores de risco e prevenção de quedas em idosos | Ligas, SANARMED.
OLIVEIRA, Adriana Sarmento de. Et al. Fatores ambientais e risco de quedas em idosos: revisão sistemática. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2014; 17(3):637-645.
Morsch P, Myskiw M, Myskiw JC. A casa e a rua: as diferentes percepções dos fatores de risco extrínsecos para as quedas nas narrativas dos idosos. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente. 2018;9(1):276-288.
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