QUAIS RISCOS DE QUEDAS EM AMBIENTE EXTERNO?

                                                                                                        (Fonte: imagem google)
 
    Os fatores externos a uma queda também devem ser compreendidos para saber a que riscos situacionais os idosos se submetem que podem levar a um evento de queda. Esses fatores incluem riscos ambientais, como pisos escorregadios, tapetes, escadas e outros elementos de propensão a queda, assim como as atividades diárias ao qual o idoso estava se submetendo no momento que precedeu a queda e os movimentos que levaram um idoso a cair, como se levantar, virar de um lado para o outro rapidamente, esticar-se para alcançar objetos e outros. É extremamente importante conhecer esses elementos para se pensar numa melhor maneira de prevenir a ocorrência de novas quedas.
    
    Ao avaliarem qualitativamente as quedas em ambientes externos, Nyman et al. observaram que estas ocorrem frequentemente em áreas familiares ao idoso, muitas vezes próximas ao domicílio, sendo que o local da queda pode estar associado aos aspectos da saúde dos mesmos. Segundo Nyman et al., idosos mais ativos fisicamente, com boas condições de saúde e boa capacidade funcional são mais propensos a cair em ambientes externos e a considerar os fatores ambientais como principais precipitadores das quedas.

                              
                                                                                                                                                          (Fonte: imagem google)

    Os fatores de risco ambientais mais prevalentes em estudos já realizados incluem superfícies irregulares, pisos escorregadios/molhados e objetos/tapetes soltos nas áreas de circulação e desníveis no chão/problemas com degraus. Os locais externos de maior ocorrência de quedas incluem jardins, varandas/sacadas, pátios, calçadas e ruas, parques, garagens e estacionamentos.

    A participação em atividades comunitárias também pode ser considerada fator de risco para quedas. Estudo mostrou que idosos que participam de alguma atividade, saem mais de casa, ficando, portanto, mais expostos às barreiras arquitetônicas como iluminação inadequada, superfícies escorregadias, degraus altos, ausência de corrimãos, calçadas inadequadas e vias públicas mal conservadas (PEREIRA, CEOLIM, NERI, 2013).

    Li et al. avaliaram as características das quedas que ocorrem fora de casa e observaram que alto nível de atividade física de lazer é um preditor independente para quedas em ambientes externos, enquanto a presença de problemas de saúde e limitações físicas são preditores independentes para quedas dentro do domicílio.

    Considerando os estudos discutidos anteriormente, o risco ambiental isolado parece não ser suficiente para causar uma queda, mas sim a interação entre as habilidades dos idosos e o grau de exposição ao fator de risco ambiental. Por isso, idosos com boa percepção de saúde e com histórico de quedas fora de casa são mais propensos a atribuir suas quedas a fatores ambientais, enquanto aqueles com percepção de saúde ruim e com dificuldades de movimento atribuem suas quedas às próprias limitações. É possível, então, que idosos com capacidade funcional preservada se exponham a ambientes de alta demanda, enquanto idosos frágeis sejam capazes de lidar apenas com ambientes de baixa demanda, o que explicaria parte das diferenças entre os idosos que caem dentro e fora de casa.

    Pode-se afirmar que a rua também deve contar com acessibilidade adequada para que os idosos possam continuar suas atividades rotineiras e manter sua autonomia e independência com segurança. Em tempos onde o marco de políticas públicas para os idosos é o “Envelhecimento Ativo” que enfatiza que o idoso tenha, entre outras, participação social e atividade física, estratégias para melhorar o ambiente externo são necessárias.

    A correção dos riscos ambientais, quando possível, possui resultados benéficos para os idosos em risco. A instalação de elementos, como barras de apoio e piso antiderrapante ajuda a corrigir esses riscos ambientais e favorece a movimentação do idoso em seu ambiente domiciliar.

    O risco de cair aumenta quanto mais fatores de risco interagem entre si. Desta forma, caso se consiga eliminar um fator de risco, a probabilidade de cair também reduz.

 

    REFERÊNCIAS:

AMGGES – Academia de Medicina Geriátrica e Gerontologia de Sobral. Resumo: fatores de risco e prevenção de quedas em idosos | Ligas, SANARMED.

OLIVEIRA, Adriana Sarmento de. Et al. Fatores ambientais e risco de quedas em idosos: revisão sistemática. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2014; 17(3):637-645.

Morsch P, Myskiw M, Myskiw JC. A casa e a rua: as diferentes percepções dos fatores de risco extrínsecos para as quedas nas narrativas dos idosos. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente. 2018;9(1):276-288.

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