QUAIS RISCOS DE QUEDAS EM AMBIENTE DOMICILIAR?

                                                                          (Fonte: google imagens)


    O idoso, muitas vezes, passa a maior parte do tempo em sua residência. Esse ambiente, que pode parecer o mais seguro possível pela familiaridade, pode tornar-se um ambiente de risco. Entre os acidentes domésticos, as quedas são as mais comuns em uma proporção de 70% e fatores externos em 30%. Nesse ambiente, a pessoa idosa tem sua prontidão diminuída devido à autoconfiança para se deslocar, construída pelo conhecimento que possui sobre o ambiente em que vive. A atenção também fica reduzida porque as atividades que desempenha em seu lar são costumeiras, dessa forma, acidentes que poderiam facilmente ser evitados, são causadores da redução da mobilidade ou da capacidade funcional.

    As quedas representam um sério problema para as pessoas idosas, sendo o ambiente domiciliar um dos locais que podem aumentar o risco de quedas e deve ser incluído na programação de avaliação da pessoa idosa.

    A seguir listamos alguns fatores do ambiente domiciliar para subsidiar a avaliação das condições de risco de quedas, observáveis no domicílio:

    As causas mais comuns de acidentes em casa são os obstáculos que se encontram pelo caminho, sejam estes degraus, tapetes, pisos molhados, brinquedos ou animais de estimação soltos, onde o idoso pode tropeçar ou escorregar e cair. É importante que os utensílios mais utilizados pelo idoso fiquem em locais de fácil acesso, pois, evita que o mesmo suba em escadas, cadeiras ou tenha que se abaixar ou se esticar muito para alcançá-los. É essencial que o idoso tenha fácil acesso a luz de cabeceira e a noite, deixar sempre uma luz acesa para facilitar o deslocamento, para o banheiro por exemplo. É importante que o domicílio disponha de um piso planos e antiderrapante para evitar a necessidade de alterações na marcha e pisos lisos e escorregadios oferecem maior chance do idoso cair. Os móveis da casa devem ser fixados ao chão ou a parada e as quinas dos mesmos devem estar protegidas, para evitar machucar alguém. 

    Os tapetes e carpetes devem ser evitados no ambiente doméstico, principalmente nas escadas. Se houverem devem ser sem estampas, que enganam o olhar, bem fixados e perfeitamente esticados. Uma sinalização de cor contrastante na ponta do degrau ajuda os idosos que não enxergam bem. Colar os tapetes com fita dupla fase promove a fixação destes no chão. O idoso deve preconizar a utilização de calçados fechados, adequados para o tamanho do pé e que tenham solado antiderrapante, preferencialmente de borracha. Se tiver escadas e rampas na casa, é importante a colocação de corrimãos, que devem ser firmes e ficar dos dois lados, começando antes da escada e terminando um pouco depois. Para maior proteção instale corrimãos com 90cm de altura nas escadas e rampas. Mantenha as luzes acesas nas áreas de acesso às escadas e devem ter degraus que permitam o apoio do pé reto e altura que não exija uma elevação exacerbada do pé.

    De acordo com a literatura, o local de maior ocorrências de quedas para mulheres foi o banheiro (24,94%), seguido da cozinha (1a8,25%), e para os homens foi o banheiro (26,10%), seguido do jardim (14,15%) e da escada (12,12%). No entanto, não houve diferença importante quanto ao estado do piso em que ocorreu a queda, se seco (46,46%) ou molhado (45,24%). As mulheres sofrem mais quedas ao ano que os homens, em média 1,6 (DP ± 0,97). Porém, é a faixa etária acima dos 80 que tem mais eventos de quedas no ano, 2,16 (DP ± 1,34).

    A ocorrência de quedas em idosos dentro do domicílio constitui-se em um problema de saúde pública, seja pelo número de lesões e impacto que gera na saúde do idoso ou pela necessidade de se pensar estratégias para prevenir esse evento em domicílio e no seu entorno.


    REFERÊNCIAS: 

FERRETTI, Fatima; LUNARDI, Diany; BRUSCHI, Larissa. Causas e consequências de quedas de idosos em domicílio. Fisioterapia em movimento, v. 26, n. 4, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-51502013000400005&script=sci_abstract&tlng=es. Acesso em: 31/10/2020, às 14:52H.

JAHANA, Kelly Onaga et al. Quedas em idosos: principais causas e conseqüências. Saúde coletiva, v. 4, n. 17, p. 148-153, 2007. Disponivel em: https://scholar.google.com.br/scholar?cluster=5458208742142497571&hl=pt-BR&as_sdt=0,5#d=gs_qabs&u=%23p%3DI9NVoe5zv0sJ. Acesso em: 31/10/2020, às 16:20H.

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